A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one. (George R. R. Martin)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Orgulho e Preconceito


Após alguns minutos de silêncio, Darcy aproximou-se dela e, extremamente agitado, disse:
- Em vão lutei. De nada serviu. É impossível sufocar o que sinto. Tem de me consentir que lhe diga como a admiro e amo ardentemente.
O espanto de Elizabeth foi além de toda a expressão. Arregalou os olhos, corou, não quis acreditar e ficou calada. 
Darcy considerou esse silêncio como um suficiente encorajamento e, assim, logo confessou tudo o que havia muito por ela sentia. Exprimia-se corretamente, mas tinha sentimentos a expor além dos que o coração lhe inspirava, e ele não era mais eloquente a falar de ternura do que a respeito de orgulho. (...)
Apesar da sua antipatia profundamente enraizada, Elizabeth não podia ficar insensível à homenagem que o afecto de tal homem reprensentava e, embora nem por um instante sequer as suas intenções se modificassem, ficou de início com pena do desgosto que lhe ia infligir. (…)
- Em casos como este, suponho que é regra estabelecida exprimir os sentimentos de gratidão pela honra que nos é conferida, mesmo que eles sejam correspondidos de maneira diferente. É natural que se sinta gratidão por tal e, se estivesse na minhas posses sentir-me grata, agradecer-lho-ia agora. Mas não posso. Nunca aspirei a merecer-lhe uma boa opinião e o senhor decerto concedeu a sua muito contra vontade. Lamento contristar seja quem for. (...)

Orgulho e Preconceito. O Clássico. Tens de ler!
Será mesmo assim? Para mim não! Lamento se estou a desiludir os amantes de Austen e os fieis seguidores de Darcy e Elizabeth, mas esta é a minha opinião.

Não vou dizer que odiei o livro porque não seria de todo verdade. Mas também não fiquei completamente rendida à narrativa e à escrita. É certo que os Clássicos não são as minhas leituras de eleição, mas também não são livros que coloque completamente de parte. O facto é que a escrita por vezes torna-se monótona e as descrições características deste tipo de livros é sempre algo que me deixa de pé atrás. Isto faz com que seja um livro de leitura lenta e, em cartas partes, um pouco arrastada. Confesso que no início do livro, por algumas vezes, estive tentada a pô-lo de parte, mas obriguei-me a continuar e a leitura foi ficando mais agradável à medida que ia avançando. Mas não tanto que me fizesse suspirar por mais, infelizmente. 

Gosto, no entanto, das críticas sociais implícitas neste tipo de livros e de conhecer as sociedades de época dos diferentes países, de acordo com os autores. Também o facto de este livro ter sido escrito por uma mulher em pleno século XVIII me despertava alguma curiosidade. 
É um facto que, no século XVIII, um dos principais objectivos de uma mãe era que as filhas tivessem um bom casamento. Numa casa onde existiam cinco filhas e nenhum filho, essa necessidade estava multiplicada por cinco... O que é certo é que Austen pretende desviar um bocadinho esta "obsessão" do ponto central da narrativa, explorando um lado mais liberal e romântico na mulher, tornando-a, também, mais independente. De facto, esta característica é que vai fazer despertar o amor de Darcy por Elizabeth.
Ok, até simpatizei com Bingley e Darcy, apesar dos mal-entendidos entre os dois. Jane e Elizabeth também me conseguiram arrancar sorrisos em diversas partes, muito mais que as irmãs, mas nada mais.

Por agora, deixo de parte os Clássicos de Austen, mas, quem sabe um dia, lhe volte a dedicar algum tempo e aí consiga ficar rendida a esta mulher um tanto ou quanto avançada para a época em que viveu.

8 comentários:

  1. Oh, leitura lenta? Já vejo que este será um para quando a vontade estiver batendo nas nuvens! Pois creio que se fosse eu, já havia desistido faz tempo! :S

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    1. Eu e os Clássicos não nos damos muito bem, daí a leitura lenta...
      Mas há muita gente que ama este livro, por isso não te deixes influenciar pelo que escrevi. É apenas a minha modesta opinião ;)

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  2. Como sabes tenho algum receio de ler este livro e não gostar... O Emma não deixou grandes impressões mas, visto que a maioria gosta imenso do Orgulho e Preconceito, sinto que estou em falta :/
    Mas como dizes é uma leitura lenta portanto terá que ficar para o momento que achar melhor :P

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    1. Experimenta... Podes ficar com uma opinião diferente. Já sabes que eu e os Clássicos não funcionamos muito bem, mas isso não quer dizer que não gostes e não partilhes da opinião geral ;)

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  3. Olá Cristina,
    Que pena não teres gostado muito do livro. Confesso que Orgulho e Preconceito é um dos meus clássicos preferidos a par com Jane Eyre e North and South.
    Mas percebo que não tenhas gostado e sim, os clássicos não são muito fáceis de ler.
    Beijinhos

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    1. Olá Tita :)

      Confesso que sou uma pessoa estranha neste aspecto lol há muita gente que não suporta Anna Karenina e eu gostei muito... Talvez não tenha sido também a melhor altura para este Orgulho e Preconceito, não sei. A verdade é que apesar de a leitura ter melhorado ao longo do livro, não me cativou o suficiente...

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    2. Faço minhas as palavras da Tita. Tirando North and South que ainda não li >.<

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    3. Ok, pronto se calhar o defeito é mesmo meu e não do livro ;)

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