A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one. (George R. R. Martin)

domingo, 21 de junho de 2015

O Principezinho


 Foi então que apareceu a raposa.
- Olá, bom dia! - disse a raposa.
- Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
(…)
- Ando à procura de amigos. O que é que “estar preso” quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços – disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas.Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
(...)

Junho é o mês das crianças e, como tal, resolvi colmatar uma falha imperdoável na minha cultura literária. 
Sim, eu nunca tinha lido O Principezinho! (Podem bater-me, eu deixo) Ontem à tarde resolvi que era o dia e que não ia passar mais tempo... 

O Principezinho... A Flor... A Raposa... O cliché que deveria ter lido isto há uns anos... Tudo verdade! O livro infantil que deixa os adultos a pensar nas palavras e gestos, mas acima de tudo no que não está escrito e ficou subentendido...

Fiquei fascinada! 

As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações.

A complexidade do texto, com palavras tão simples, descrevendo o mundo das pessoas crescidas em plena II Guerra Mundial toca-nos e transportamos todas aquelas palavras para o mundo de hoje e compreendemos que ainda se aplicam...

Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.

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