A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one. (George R. R. Martin)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Segunda Pele da Acácia Mimosa

Não sei quanto tempo fiquei assim neste adormecimento interior que me despertou. O tempo deixou de existir desde que aqui entrei, mas a resposta surgiu, do silêncio que se implantou cá dentro. Dedicar-me a quê foi a pergunta, cuja simples e límpida resposta surgiu naturalmente. Como nunca tinha visto isto?! Ajoelho-me sobre a madeira rígida do banco da frente, que neste momento parece uma doce nuvem suave, e agradeço profundamente esta iluminação interior. Obrigada! Obrigada! Obrigada! O sal alegre penetra-me nos lábios agradecidos do âmago. Ofereço os olhos às iluminadas clarabóias com as duas mãos agradecidas, uma sobre a outra, sobre este novo sentir do palpitar. Obrigada, digo em voz baixa.
(...)
Não sei como consegui ficar tanto tempo desligada de mim, como se tivesse vivido estes anos todos em estado de coma, inconsciente de quem sou. A minha mente viveu meia perdida. Como é tão simples ser como nasci para ser! Sorrio genuinamente e com suavidade para aqueles que se cruzam comigo. Se soubessem o que descobri! Detenho-me à saída, a olhar para trás, para os inúmeros feixes de luz. Obrigada mais uma vez. Renasci aqui, na Sagrada Família, onde Gaudí descansa na sua morte, ao mesmo tempo que a sua obra continua por si e sobre si. 

Este livro veio para às minhas mãos sem eu estar à espera, e revelou-se uma surpresa muito agradável :) 
Obrigada Ana Gil Campos pelo email!

Quando comecei a ler, precisava de mudar de género literário. Precisava de um livro leve e que me proporcionasse uma leitura rápida. Estava longe de imaginar o quão rápida iria ser... (Levei cerca de 4 horas a devorar as 170 páginas do livro!

No início, confesso, que fiquei um pouco confusa em relação à sinopse, mas à medida que fui avançando nas páginas fui compreendendo tudo. A turbulenta mente de Sara fascinou-me por completo e a sua luta interior comoveu-me. A sua viagem a Barcelona fez-me também viajar por uma cidade da qual gostei muito e revisitar locais há muito gravados na memória. 

A escrita da Ana é bastante fluida e simples mas nem por isso deixa de ter a sua complexidade. Os conhecimentos de arquitetura e da maçonaria estão muito bem descritos e não são nada maçadores, muito pelo contrário. Fizeram com que ficasse ainda mais curiosa quer em relação ao desfecho da estória, quer em relação aos próprios temas em si.

Aconselho! É, sem sombra de dúvida, uma ótima aposta num novo talento da escrita em português!

2 comentários:

  1. Olá,

    Parece bem interessante e sendo da Chiado então vou ler em breve, nada como divulgarmos os nossos escritores nacionais ;)

    Bjs e boas leituras

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    1. É mesmo isso :) nem hesitei quando a Ana me perguntou se queria o livro!

      Beijinhos

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