Arquejando, a mulher agachou‑se e abriu as pernas. Sangue escorreu‑lhe pelas coxas, negro como tinta. O grito dela podia ter sido de agonia, de êxtase ou de ambas as coisas. E Davos viu o topo da cabeça da criança a abrir caminho para fora dela. Dois braços libertaram‑se, agarrando‑se, com dedos negros que se enrolavam em volta das coxas retesadas de Melisandre, empurrando, até que a sombra deslizou por completo para o mundo e se ergueu, mais alta do que Davos, tão alta como o túnel, pairando por cima do barco. Teve apenas um instante para olhar para ela antes que desaparecesse, retorcendo‑se por entre as barras da porta levadiça e correndo pela superfície da água, mas esse instante foi mais do que o suficiente.Conhecia aquela sombra. E conhecia o homem que a lançava.
Apesar do ritmo mais lento deste volume e do anterior (isto quando comparados com os dois primeiros), não consigo classificá-lo como menos de 5 estrelas.
Dou por mim a embirrar com personagens que até simpatizava e vice-versa, tão depressa amo, como logo a seguir já odeio e apetece-me entrar dentro das páginas do livro e fazer parte daquela guerra em que a maior parte dos intervenientes são completamente loucos e sedentos de poder.
George Martin tem a incrível capacidade de nos surpreender e desiludir, com uma escrita arrebatadora que me vai fascinando cada vez mais à medida que avanço nestas Crónicas de Gelo e Fogo e na luta aberta pelo Trono de Ferro.