Olhou pela janela estilhaçada. Na rua, juntava-se uma pequena multidão. Entre os espetadores, viam-se dois polícias a conversar. Carla gritou-lhes: - Socorro! Socorro! Polícia!Eles viram-na e riram-se, o que a enfureceu. A fúria abrandou-lhe o medo, e olhou de novo para fora do gabinete. O seu olhar pousou no alarme de incêndio da parede. Ergueu a mão e agarrou a alavanca.Hesitou, pois não se devia acionar o alarme a não ser em caso de fogo. Na parede, um aviso recordava as pesadas penas.Puxou na mesma a alavanca.Por um momento, nada aconteceu; talvez o mecanismo não funcionasse.Em seguida, ouviu-se uma buzina sonora e áspera, cujo som subia e descia, enchendo o edifício.Quase imediatamente, as pessoas da Sala de Conferências apareceram ao fundo do corredor, encabeçadas por Jochmann. - Que diabo se passa? - questionava, irado, gritando por cima do som do alarme.Um dos Camisas Castanhas declarou: - Este pasquim judeu e comunista insultou o nosso líder e vamos fechá-lo.- Saia já do meu escritório!O Camisa Castanha ignorou-o e entrou noutro gabinete. Logo em seguida, ouviu-se um grito de mulher e um estrépito que parecia uma secretária de metal a ser virada.Jochmann virou-se para um colaborador: - Schneider, chama imediatamente a polícia!Carla sabia que isso de nada serviria, a polícia já ali estava e não agia.(...)Carla apercebeu-se de duas pessoas ali perto. Ergueu o olhar e viu uma mulher aproximadamente da idade da mãe, muito bonita, com um ar de autoridade. Conhecia-a, mas não conseguia identificá-la. A seu lado, via-se um rapaz com idade para ser seu filho. Era magro, não muito alto, mas fazia lembrar uma estrela de cinema. Tinha um rosto bonito, que podia quase ser considerado demasiado belo, não fora o nariz esborrachado e torto. Os recém-chegados pareciam chocados e o rapaz estava pálido de fúria.A mulher foi a primeira a falar, usando a língua inglesa: - Olá, Maud – saudou. A voz era vagamente familiar a Carla. - Não me reconheces? - prosseguiu. - Sou a Eth Leckwith, e este é o Lloyd.
Absolutamente fantástico!
Ao contrário do volume anterior, que me desiludiu um pouco no final, este manteve-me agarrada da primeira à última página.
Existe um salto de cerca de dez anos e encontramos agora as crianças já crescidas e vamos deixando um pouco de parte a vida dos pais, que tão bem conhecíamos, para os acompanhar a eles (os que já tinham nascido no livro anterior e os que nasceram entretanto). Continua a ser óbvio que, apesar de serem família oriundas de diversos países (Rússia, Inglaterra, Alemanha e EUA) todos têm ligações em comum e mais cedo ou mais tarde dão-se encontros que seriam de certo modo impensáveis (mas já sabemos que o sr. Follett é perito em tornar possível o impossível...).
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