A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one. (George R. R. Martin)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Maratonas Literárias #1

Não é a minha primeira maratona. Mas sendo a primeira maratona deste ano achei que seia uma boa altura para começar um "registo" mais pormenorizado do meu desempenho nestes pequenos passatempos.

Esta primeira maratona de 2014 tem início às 00h00 do dia 1 fevereiro e termina às 23h59 do dia 9 fevereiro. É de equipas e como desafio opcional temos de ler pelo menos um livro com a capa da cor da equipa (preto, azul, branco ou verde).

Tendo ficado na equipa verde, ainda ponderei se realmente queria participar no desafio pois na minha pequena biblioteca não constava nenhum livro com a capa verde. Depois de várias voltas e pedidos de opinião, resolvi aceitar mesmo o desafio.

Apesar de os planos normalmente saírem furados (LOL) a partir de agora prometo ser mais organizada e cumpridora :) e desta vez vou tentar ler estes dois livrinhos:



Espero conseguir! 
Boas leituras ;)

O Inverno do Mundo (Trilogia: O Século Livro 2)


Olhou pela janela estilhaçada. Na rua, juntava-se uma pequena multidão. Entre os espetadores, viam-se dois polícias a conversar. Carla gritou-lhes: - Socorro! Socorro! Polícia!
Eles viram-na e riram-se, o que a enfureceu. A fúria abrandou-lhe o medo, e olhou de novo para fora do gabinete. O seu olhar pousou no alarme de incêndio da parede. Ergueu a mão e agarrou a alavanca.
Hesitou, pois não se devia acionar o alarme a não ser em caso de fogo. Na parede, um aviso recordava as pesadas penas.
Puxou na mesma a alavanca.
Por um momento, nada aconteceu; talvez o mecanismo não funcionasse.
Em seguida, ouviu-se uma buzina sonora e áspera, cujo som subia e descia, enchendo o edifício.
Quase imediatamente, as pessoas da Sala de Conferências apareceram ao fundo do corredor, encabeçadas por Jochmann. - Que diabo se passa? - questionava, irado, gritando por cima do som do alarme.
Um dos Camisas Castanhas declarou: - Este pasquim judeu e comunista insultou o nosso líder e vamos fechá-lo.
- Saia já do meu escritório!
O Camisa Castanha ignorou-o e entrou noutro gabinete. Logo em seguida, ouviu-se um grito de mulher e um estrépito que parecia uma secretária de metal a ser virada.
Jochmann virou-se para um colaborador: - Schneider, chama imediatamente a polícia!
Carla sabia que isso de nada serviria, a polícia já ali estava e não agia.
(...)
Carla apercebeu-se de duas pessoas ali perto. Ergueu o olhar e viu uma mulher aproximadamente da idade da mãe, muito bonita, com um ar de autoridade. Conhecia-a, mas não conseguia identificá-la. A seu lado, via-se um rapaz com idade para ser seu filho. Era magro, não muito alto, mas fazia lembrar uma estrela de cinema. Tinha um rosto bonito, que podia quase ser considerado demasiado belo, não fora o nariz esborrachado e torto. Os recém-chegados pareciam chocados e o rapaz estava pálido de fúria.
A mulher foi a primeira a falar, usando a língua inglesa: - Olá, Maud – saudou. A voz era vagamente familiar a Carla. - Não me reconheces? - prosseguiu. - Sou a Eth Leckwith, e este é o Lloyd.

Absolutamente fantástico!

Ao contrário do volume anterior, que me desiludiu um pouco no final, este manteve-me agarrada da primeira à última página. 

Existe um salto de cerca de dez anos e encontramos agora as crianças já crescidas e vamos deixando um pouco de parte a vida dos pais, que tão bem conhecíamos, para os acompanhar a eles (os que já tinham nascido no livro anterior e os que nasceram entretanto). Continua a ser óbvio que, apesar de serem família oriundas de diversos países (Rússia, Inglaterra, Alemanha e EUA) todos têm ligações em comum e mais cedo ou mais tarde dão-se encontros que seriam de certo modo impensáveis (mas já sabemos que o sr. Follett é perito em tornar possível o impossível...).

sábado, 18 de janeiro de 2014

Cidade Inquieta (Jonathan Stride #2)


Muito em breve, iria poder desfrutar daquele estilo de vida em qualquer parte do mundo. Acabavam-se as salas de espectáculos húmidas de suor e com coristas amadoras. Acabava-se a prostituição dissimulada. Decidira fugir meses atrás. Aquela era a última noite. No dia seguinte estaria livre.
Perguntava a si mesma se iria ter saudades daquilo — do poder que sentia no palco, do desejo nos olhos dos homens quando gritavam o seu nome: «Amira!»
Amira Luz. A beldade espanhola de pele escura e olhos provocantes. O cabelo comprido e acetinado. O nariz angulado como uma lâmina. O corpo cheio de curvas sensuais. Amira Luz — a deusa do Sheherezade.
Sim, iria ter saudades. Estava em Las Vegas, onde tudo era sensual. A voz de Sinatra. Os diamantes no pescoço de uma mulher. Até o fumo de um cigarro acabado de acender. Podia bambolear-se pelos casinos e ouvir os murmúrios espalhar-se atrás de si. Em Las Vegas, era uma estrela. Se abandonasse as luzes da ribalta, não poderia voltar. Mas deixaria de ser uma prisioneira.


Depois de Segredos Imorais me ter deslumbrado pela simplicidade da escrita e a capacidade de nos surpreender e agarrar a todo o enredo, estava ansiosa por viajar por esta Cidade Inquieta.



Com o mesmo estilo e as mesmas divisões (quatro partes), pois costuma dizer-se que "em equipa que ganha não se mexe", Freeman transporta-nos até à cidade do pecado e deixa-nos envolvidos num misterioso crime que aconteceu há mais de quarenta anos mas que continua por explicar e com umas quantas pontas soltas...

Não sei porquê, mas desta vez não estava tão desperta para os pormenores lançados ao longo do livro ou então eles pura e simplesmente não estavam lá, e foi uma completa surpresa perceber o que realmente tinha acontecido em 1967. 

Contudo, desta vez, a conclusão do crime e o desmascarar do principal suspeito pareceram-me um pouco exaustivos, com muitas repetições dos nomes das personagens ao longo do texto o que, a certa altura, me deixou um pouco perdida.